03 junho 2017

um Chant Funèbre de Stravinsky para Rimsky-Korsakov

Quando Rimsky-Korsakov morreu, Stravinsky, que tinha na altura 26 anos, vivia com a família na Ucrânia. Precisou de mais de dois dias para chegar a São Petersburgo, mas ainda conseguiu comparecer ao funeral do seu grande amigo. 
Nas semanas seguintes compôs um Chant Funèbre em homenagem ao compositor. A peça, que Stravinsky ouviu apenas uma vez, cerca de seis meses depois daquele funeral, perdeu-se na confusão da Revolução Russa. Stravinsky acabou por esquecer a música, embora se lembrasse bem da ideia subjacente: "um cortejo fúnebre dos instrumentos solistas da orquestra, que um a um transportavam a melodia como se pousassem uma coroa no túmulo do mestre."
A peça foi procurada durante décadas, e acabou a ser dada por perdida para sempre. Até que, em 2015, ao fazer obras num pequeno armazém cheio de tralha e velharias do conservatório Rimsky-Korsakov, onde este compositor tinha dado aulas, encontraram um exemplar.
Esta semana foi a estreia da peça na Alemanha, pelos Filarmónicos de Berlim. Hoje repetem o concerto, que é transmitido em directo no Digital Concert Hall.
Se puderem, vejam. A peça é lindíssima.

Simon Rattle é tão bom a dançar Mozart como a dançar Stravinsky - é um bailarino muito versátil...

Imogen Cooper - de quem nunca tinha ouvido falar - esteve magnífica no concerto para piano nº 25 em dó maior, de Mozart.

E a Sagração da Primavera foi de tal ordem que saí do concerto bem capaz de ir a pé para casa. Pelo caminho mais longo, aliás.

(Escusado será dizer que traduzi aquelas informações do programa do concerto.) 

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